terça-feira, 26 de abril de 2016

Há ou não há submissão por parte do povo brasileiro?

“O povo não tem menos à vontade de reformar ou corrigir determinados vícios de organização política ou econômica que o puro gosto de sofrer, de ser vítima, ou de sacrificar-se”. – Gilberto Freyre.
De certa forma, essa tese de Freyre se mostra correta perante o caráter submisso do povo brasileiro, que se contenta com o que lhe é dado sem nenhum tipo de indagação, mas, por outro lado, há uma parte do caráter que almeja a liberdade de expressar seus maiores anseios, como por exemplo: Revoltas Monetárias (Revolta dos Trinta Centavos, o famoso “O Gigante Acordou”), e as Revoltas Coloniais; Que são considerados os estopins da raiva de toda a população durante a “época de exploração”, mas que demonstravam sua verdadeira vontade de liberdade e compreensão.

O povo e o Estado

 O Estado tenta, de todas as maneiras, inibir as manifestações do povo brasileiro, sejam elas nas ruas ou até me redes sociais, o famoso  “boca a boca”. Com essas manifestações os indivíduos procuram melhorias imediatas, e sem uma resposta a elas, alguns acabam por demonstrar sua indignação através de violência e vandalismo.
As mídias se aproveitam desses atos radicais para tirar o foco do real sentido por trás de movimentos em maioria pacíficos e com propósitos maiores. Assim, a população acaba por aceitar o que lhes é mostrado em jornais, revistas, televisões e mídias sociais sem nem ao menos se informar do ocorrido e buscar compreender os dois pontos de vista. E com isso, o Governo se beneficia com a atenção negativa que é atribuída a movimentos de revolta.

E a maioria do povo acata as medidas tomadas pelos governantes por serem leigos no assunto, a causa principal disso, muitas vezes, é o baixo investimento na educação brasileira. Além disso, há aqueles que se calam ou não percebem injustiça com o resto da população por receberem auxílios de Programas do Governo, como: Bolsa Família, Minha Casa Minha Vida e CadÚnico.

Mayara e Letícia Cabral 

terça-feira, 1 de março de 2016

Revoltas

Apesar da chegada dos portugueses em terras brasileiras datar do ano de 1500, o território não foi explorado efetivamente até algumas décadas depois. No início era extraída apenas a madeira do pau-brasil, no chamado escambo, pois ainda não haviam sido descobertos os metais preciosos.

A postura portuguesa em relação ao Brasil mudou quando seu poder e benefícios sobre a terra foram ameaçados. Teve inicio o Pacto Colonial, onde tudo o que era produzido na colônia e os lucros gerados eram mandados para a metrópole.

Essa exploração por parte da Coroa Portuguesa teve reflexos a partir do final do século XVII e ao longo do século XVIII, nas chamadas Revoltas do Período Colonial Brasileiro.

As revoltas podem ser divididas em duas orientações: as do tipo nativista e as do tipo separatista. As que correspondem ao primeiro movimento foram conflitos entre os colonos ou pra defesa de interesses dos membros da elite. Já as do segundo movimento pregavam independência de Portugal.

São revoltas separatistas a Inconfidência Mineira Conjuração Baiana. As revoltas nativistas foram a Guerra dos Emboabas e a Guerra dos Mascates.


Amanda Oliveira e Giovana Schutzenhofer

Conjuração Baiana ou Revolta dos Alfaiates



O que foi:

A Conjuração Baiana ocorreu no ano de 1798 (final do século XVIII) na Bahia. Teve influência dos ideais da Revolução Francesa, sendo um movimento emancipacionista, mas mesmo assim defendeu importantes mudanças socais e políticas para a população.
A Conjuração Baiana é também chamada de Revolta dos Alfaiates, pois muitos destes profissionais participaram do movimento.
(Conjuração: manter conspiração contra o Estado, isto é, interpor ao poder vigente).

Causas:

Uma das maiores causas foi a insatisfação com o preço de alimentos e de produtos básicos e fundamentais para a sobrevivência, também havia a reclamação da privação e escassez de alguns alimentos, os quais eram julgados como “apenas para os nobres da realeza”.
A população não estava de acordo com o governo da Metrópole (Portugal) sobre o Brasil, e em consequência disso o pensamento e a vontade de independência tornava-se cada vez mais atrativo, sendo fortemente comentado entre a população.



Principais ideias:

As principais ideias eram muito comentadas entre as pessoas para motivá-las a ingressarem na causa que podemos listar, entre as principais:
·        Defender a emancipação (liberdade) política do Brasil, ou seja, exterminar o pacto colonial com Portugal;
·        Tornar-se república;
·        Liberdade comercial nacional e internacional;
·        Abolir a escravidão;
·        Fim dos privilégios sociais;
·        Aumento de salário para os soldados.

Principais líderes e participantes:

Os líderes dos quais mais há registros são das seguintes pessoas:
·        O político e médico Cipriano Barata;
·        O soldado Luíz Gonzaga das Virgens, que trabalhou divulgando os ideais da Conjuração Baiana, buscando maior apoio da população;
·        Os alfaiates Manuel Faustino dos Santos Lira e João de Deus do Nascimento.
Todos lideraram fortemente os ideais e as causas desse movimentos.
Também fizeram parte da revolta muitos pertencentes à população dos pobres, letrados, profissionais liberais, padres, escravos, ex-escravos e comerciantes.

Por que a Conjuração Baiana não aconteceu?

A revolta estava devidamente marcada, porém um dos integrantes do movimento, o ferreiro José da Veiga, delatou o que aconteceria para o governador, relatando o dia e a hora que a revolta ocorreria.
O governo baiano organizou as forças militares para impedir o movimento antes que este ocorresse. Vários participantes da revolta foram presos, muitos foram expulsos do Brasil, porém os quatro principais líderes foram executados na ironicamente chamada Praça da Piedade em Salvador como exemplo e aviso para toda a população.
E mesmo não obtendo o sucesso almejado, a Conjuração Baiana é considerada um marco importante, colocando em evidência as principais questões sociais do pais e o impulsionando para o surgimento de campanhas abolicionistas dentro do Brasil.
Giovana Schutzenhofer


Inconfidência Mineira


                                     
A Inconfidência Mineira, ou Conjuração Mineira, foi uma revolta contra a metrópole portuguesa. Lidera por ricos mineradores da elite, pessoas ligadas ao setor militar e da administração da capitania, com um único representante dos pobres, Tiradentes. Significou a luta do povo brasileiro pela liberdade. Ocorreu em Minas Gerais no ano de 1789, em pleno ciclo do ouro.

Causas:
  •  Exploração política e econômica exercida por Portugal sobre sua principal colônia, o Brasil;
  •  A proibição da instalação de manufaturas no Brasil;
  •  Derrama: caso uma região não conseguisse pagar 1500 quilos de ouro para Portugal, soldados entravam nas casas das pessoas para pegar bens até completar o valor devido.
  •  Vontade da elite brasileira (principalmente fazendeiros) em participar ativamente das decisões políticas do país;
  •  Influência do liberalismo. Intelectuais brasileiros entraram em contado com o pensamento liberal europeu, que defendia liberdade e democracia, e pretendiam implantar estes ideais no Brasil. Estes ideais só poderiam ser atingidos com a Independência do Brasil;
  •  Cobrança do "quinto" pelos portugueses. Esta taxa incidia sobre todo ouro encontrado no Brasil e estabelecia que 20% deveria ir para os cofres da corte portuguesa. Quem não pagasse sofria sérias punições, entre elas o degredo para a África.
  • A queda da produção de ouro que passou a ocorrer a partir do ano de 1760 e que se agravou a cada ano e acentuava a pobreza da população;       
  • Implantar uma República no Brasil;
  •  Criação de uma universidade pública na cidade de Vila Rica;
  • Torna-se um país livre e independente;
  •  Acabar com a cobrança de impostos (derrama);
  •  Adotar um serviço militar obrigatório.

A Questão da Escravidão

 Não havia consenso com relação à libertação dos escravos. Alguns inconfidentes, entre eles Tiradentes, eram favoráveis à abolição da escravidão, enquanto outros eram contrários e queriam a independência sem transformações sociais de grande impacto.


Consequências:

  •  A rebelião, marcada para o início de 1789
  •  Começaria com o sequestro do novo governador da região, o visconde de Barbacena, porém, delatados por alguns de seus participantes, não ocorreu;
  • Tendo sido quase todos os seus planejadores presos, e desterrados para as colônias portuguesas na África – apenas Tiradentes assumiu a responsabilidade sobre a revolução;
  •  Foi condenado à forca, e após sua morte, foi esquartejado, com seus membros espalhados por todas as cidades em que buscara apoio, mas sua cabeça permaneceu exposta em Vila Rica, a fim de intimidar novos conspiradores e evitar novas rebeliões.
Amanda Oliveira

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016

Guerra dos Emboabas






Entre 1708 e 1709 os bandeirantes paulistas que residiam na capitania se São Vicente encontraram ouro no sertão, acreditando que a exploração das minas deveria ser reservada a eles, os pioneiros da região. Em contrapartida, a Coroa Portuguesa enxergava o feito como mais uma excelente oportunidade de negócio capaz de sanar a vida do Estado Lusitano. Dessa forma, a região de Minas Gerais acabou se transformando em palco de um conflito que acabou conhecido como a Guerra dos Emboabas.
A utilização do termo “emboaba” era pejorativamente dirigida aos estrangeiros que tentaram controlar a região tardiamente. Na língua tupi, essa expressão era originalmente utilizada pelos indígenas para fazer menção a todo tipo de ave que tinha sua perna coberta de penas até os pés. Com o passar do tempo, os bandeirantes paulistas a reinterpretaram para se referir aos forasteiros que, calçados de botas, alcançavam a região interiorana atrás dos metais preciosos.Os paulistas eram chefiados pelo bandeirante Manuel de Borba Gato; já o líder dos emboabas era o português Manuel Nunes Viana que organizou diversas expedições em que buscava enfraquecer a hegemonia dos paulistas nas regiões mineradoras.O conflito mais importante e sangrento ocorreu em novembro de 1708 no Capão da Traição. Os emboabas dominaram a região das minas e os paulistas se refugiaram na área do Rio das Mortes. A situação dos paulistas piorou ainda mais quando estes foram atacados em Sabará.Inconformados com o tratamento que haviam recebido do grupo liderado por Nunes Viana, os paulistas, desta vez sob liderança de Amador Bueno da Veiga, formaram um exército que tinha como objetivo vingar o massacre de Capão da Traição. Esta nova batalha durou uma semana. Após este confronto, foi criada a nova capitania de São Paulo, e, com sua criação, a paz finalmente prevaleceu.O confronto terminou por volta de 1709, graças à intervenção do governador do Rio de Janeiro, Antônio de Albuquerque Coelho de Carvalho. Sem os privilégios desejados e sem forças para guerrear, os paulistas retiraram-se da região. Muitos deles foram para o oeste, onde mais tarde descobriram novas jazidas de ouro, nos atuais estados do Mato Grosso e Goiás.

                        


Consequências:

· Regulamentação da distribuição de lavras entre emboabas e paulistas.
·   Regulamentação da cobrança do quinto.
· São Paulo e as Minas de Ouro se transformaram em capitanias, ligadas diretamente à Coroa, tirando autoridade do governo do Rio de Janeiro (3 de Novembro de 1709).
·   São Paulo deixa de ser vila tornando-se cidade
· Acabam as guerras na região das minas, com a metrópole assumindo o controle administrativo da região.
·  A derrota dos paulistas fez com que alguns deles fossem para o oeste onde, anos mais tarde, descobririam novas jazidas de ouro nos atuais estados do Mato Grosso e Goiás.

 Giovana Schutzenhofer

Guerra dos Mascastes


A Guerra dos Mascates ocorreu entre os anos de 1710 e 1711, na Capitania de Pernambuco e teve caráter nativista.
Até o século XVII, Olinda era um centro urbano e Recife seu subordinado. Entretanto após a expulsão dos holandeses os senhores de engenho, que residiam em Olinda, tiveram problemas financeiros em função da batalha por preços do açúcar na Europa e precisaram pedir ajuda a Recife.



Assim Recife começou a prospera e conflitos com Olinda começaram a surgir. A Guerra, que teve como chefe o proprietário de engenho Bernardo Vieria de Melo, teve inicio quando Recife solicitou ao Rei de Portugal que fosse elevada a vila.
Olinda então invadiu Recife, destruindo o Pelourinho e libertando presos, com o intuito atacar o governador Sebastião de Castro Caldas Barbosa, que fugiu para Bahia deixando Manuel Álvares da Costa no comando. Então em 1711, os mascates contra-atacaram, destruindo e incendiando engenhos e vilas da região.
A Guerra só teve fim quando, em 1711, o Rei de Portugal decretou que Félix José de Mendonça fosse o novo governador. Ele apoiou os mascates portugueses e ordenou a prisão dos latifundiários de Olinda envolvidos no conflito, ordenou também que a administração fosse transferida semestralmente para cada uma das cidades, impedindo conflitos.

Amanda Oliveira