terça-feira, 1 de março de 2016

Revoltas

Apesar da chegada dos portugueses em terras brasileiras datar do ano de 1500, o território não foi explorado efetivamente até algumas décadas depois. No início era extraída apenas a madeira do pau-brasil, no chamado escambo, pois ainda não haviam sido descobertos os metais preciosos.

A postura portuguesa em relação ao Brasil mudou quando seu poder e benefícios sobre a terra foram ameaçados. Teve inicio o Pacto Colonial, onde tudo o que era produzido na colônia e os lucros gerados eram mandados para a metrópole.

Essa exploração por parte da Coroa Portuguesa teve reflexos a partir do final do século XVII e ao longo do século XVIII, nas chamadas Revoltas do Período Colonial Brasileiro.

As revoltas podem ser divididas em duas orientações: as do tipo nativista e as do tipo separatista. As que correspondem ao primeiro movimento foram conflitos entre os colonos ou pra defesa de interesses dos membros da elite. Já as do segundo movimento pregavam independência de Portugal.

São revoltas separatistas a Inconfidência Mineira Conjuração Baiana. As revoltas nativistas foram a Guerra dos Emboabas e a Guerra dos Mascates.


Amanda Oliveira e Giovana Schutzenhofer

Conjuração Baiana ou Revolta dos Alfaiates



O que foi:

A Conjuração Baiana ocorreu no ano de 1798 (final do século XVIII) na Bahia. Teve influência dos ideais da Revolução Francesa, sendo um movimento emancipacionista, mas mesmo assim defendeu importantes mudanças socais e políticas para a população.
A Conjuração Baiana é também chamada de Revolta dos Alfaiates, pois muitos destes profissionais participaram do movimento.
(Conjuração: manter conspiração contra o Estado, isto é, interpor ao poder vigente).

Causas:

Uma das maiores causas foi a insatisfação com o preço de alimentos e de produtos básicos e fundamentais para a sobrevivência, também havia a reclamação da privação e escassez de alguns alimentos, os quais eram julgados como “apenas para os nobres da realeza”.
A população não estava de acordo com o governo da Metrópole (Portugal) sobre o Brasil, e em consequência disso o pensamento e a vontade de independência tornava-se cada vez mais atrativo, sendo fortemente comentado entre a população.



Principais ideias:

As principais ideias eram muito comentadas entre as pessoas para motivá-las a ingressarem na causa que podemos listar, entre as principais:
·        Defender a emancipação (liberdade) política do Brasil, ou seja, exterminar o pacto colonial com Portugal;
·        Tornar-se república;
·        Liberdade comercial nacional e internacional;
·        Abolir a escravidão;
·        Fim dos privilégios sociais;
·        Aumento de salário para os soldados.

Principais líderes e participantes:

Os líderes dos quais mais há registros são das seguintes pessoas:
·        O político e médico Cipriano Barata;
·        O soldado Luíz Gonzaga das Virgens, que trabalhou divulgando os ideais da Conjuração Baiana, buscando maior apoio da população;
·        Os alfaiates Manuel Faustino dos Santos Lira e João de Deus do Nascimento.
Todos lideraram fortemente os ideais e as causas desse movimentos.
Também fizeram parte da revolta muitos pertencentes à população dos pobres, letrados, profissionais liberais, padres, escravos, ex-escravos e comerciantes.

Por que a Conjuração Baiana não aconteceu?

A revolta estava devidamente marcada, porém um dos integrantes do movimento, o ferreiro José da Veiga, delatou o que aconteceria para o governador, relatando o dia e a hora que a revolta ocorreria.
O governo baiano organizou as forças militares para impedir o movimento antes que este ocorresse. Vários participantes da revolta foram presos, muitos foram expulsos do Brasil, porém os quatro principais líderes foram executados na ironicamente chamada Praça da Piedade em Salvador como exemplo e aviso para toda a população.
E mesmo não obtendo o sucesso almejado, a Conjuração Baiana é considerada um marco importante, colocando em evidência as principais questões sociais do pais e o impulsionando para o surgimento de campanhas abolicionistas dentro do Brasil.
Giovana Schutzenhofer


Inconfidência Mineira


                                     
A Inconfidência Mineira, ou Conjuração Mineira, foi uma revolta contra a metrópole portuguesa. Lidera por ricos mineradores da elite, pessoas ligadas ao setor militar e da administração da capitania, com um único representante dos pobres, Tiradentes. Significou a luta do povo brasileiro pela liberdade. Ocorreu em Minas Gerais no ano de 1789, em pleno ciclo do ouro.

Causas:
  •  Exploração política e econômica exercida por Portugal sobre sua principal colônia, o Brasil;
  •  A proibição da instalação de manufaturas no Brasil;
  •  Derrama: caso uma região não conseguisse pagar 1500 quilos de ouro para Portugal, soldados entravam nas casas das pessoas para pegar bens até completar o valor devido.
  •  Vontade da elite brasileira (principalmente fazendeiros) em participar ativamente das decisões políticas do país;
  •  Influência do liberalismo. Intelectuais brasileiros entraram em contado com o pensamento liberal europeu, que defendia liberdade e democracia, e pretendiam implantar estes ideais no Brasil. Estes ideais só poderiam ser atingidos com a Independência do Brasil;
  •  Cobrança do "quinto" pelos portugueses. Esta taxa incidia sobre todo ouro encontrado no Brasil e estabelecia que 20% deveria ir para os cofres da corte portuguesa. Quem não pagasse sofria sérias punições, entre elas o degredo para a África.
  • A queda da produção de ouro que passou a ocorrer a partir do ano de 1760 e que se agravou a cada ano e acentuava a pobreza da população;       
  • Implantar uma República no Brasil;
  •  Criação de uma universidade pública na cidade de Vila Rica;
  • Torna-se um país livre e independente;
  •  Acabar com a cobrança de impostos (derrama);
  •  Adotar um serviço militar obrigatório.

A Questão da Escravidão

 Não havia consenso com relação à libertação dos escravos. Alguns inconfidentes, entre eles Tiradentes, eram favoráveis à abolição da escravidão, enquanto outros eram contrários e queriam a independência sem transformações sociais de grande impacto.


Consequências:

  •  A rebelião, marcada para o início de 1789
  •  Começaria com o sequestro do novo governador da região, o visconde de Barbacena, porém, delatados por alguns de seus participantes, não ocorreu;
  • Tendo sido quase todos os seus planejadores presos, e desterrados para as colônias portuguesas na África – apenas Tiradentes assumiu a responsabilidade sobre a revolução;
  •  Foi condenado à forca, e após sua morte, foi esquartejado, com seus membros espalhados por todas as cidades em que buscara apoio, mas sua cabeça permaneceu exposta em Vila Rica, a fim de intimidar novos conspiradores e evitar novas rebeliões.
Amanda Oliveira